Ele respira fundo, mas bem fundo mesmo, e, então, pula, fuuuvvv... Lembrava, durante seu vôo particular e intimo, muito intimo, da frase que colocara em um de seus vídeos: “O amor... é um salto sem redes”, o frio na barriga e bummm.
Livrara-se de todas as sentenças que o prendera durante todos aqueles anos, livrara-se de um ele que ele não suportava, mas que deixara crescer por conveniência e que agora ficara para trás. Agora era só ele, e só.
A água era salgada e deliciosamente fresca, e, estranhamente, lembrava os lábios dela no dia em que chorava seu amor, assim, abraçados, com os rostos colados, e felizes. O silêncio só o abraçava naquela ausência de peso, e exagero de cores. Seu coração agora batia mais calmo e foi numa espécie de lembrança uterina que ele se percebeu sorrindo, e foi assim que ele se percebeu indo. Pra onde, não importava. Gostou daquela luz que brilhava lá fora.