quinta-feira, 20 de setembro de 2012


Duas da manhã e o álcool queima ainda mais em meu juízo volátil. Dormir é uma coisa desesperadamente absurda e não há absolutamente nada pra fazer nessa cidade deserta e moribunda. Entendo agora o suplício dos loucos ao despontar da lua no horizonte e a libido insaciável dos maníacos. Entendo a febre espreitando como sombra a inquietude dissonante da noite profunda. A cidade arma seu cenário em um teatro de sombras  e abre suas entranhas para prazeres desconhecidos. Corre a máscara do fauno em mãos vacilantes desenhando sorrisos violentos em lábios inflados de desejos dissimulados e escárnio. Oh como somos todos vítimas dessa tão infinita busca.