domingo, 7 de outubro de 2012

Marte

Abri mão de minhas armas
querido marte
e é assim que me recebes? Aniquilando meu amor.
É assim Marte, que se faz a glória?
Foda-se a sua glória. É no estômago que sinto sua dor e em meu pau
latejando a sua ausência
Marte, quantas mortes serão necessárias para você entender que te amo?
Quantos sonhos inacabados e quantas lembranças doloridas poderão iludir nosso trágico destino?

A lembrança de tuas ancas dilacera minhas ilusões de dias tranqüilos
Marte, as criancinhas já não são tão inocentes
elas se embriagam em festas de família e seus pupilos dão o cu em becos sujos para cafajestes recalcados
Marte, fudeu tudo e só agora, quando mais dependo de você, é que me diz que acabou tudo?
Vá a merda com sua filosofia holística, ao caralho com sua religião tábua de salva vidas
Eu quero é ver meu espirito em gozo celestial, nosso espirito em êxtase copulando na sacristia decadente dos puristas
Marte marte, senhor da guerra
Você tinha que ser tão incisivo
tão impiedoso?

Um comentário:

Amanda Gomes disse...

Parece que seu eu-lírico finalmente se desmascarou! Ou colocou uma máscara de traços fortes, sem papas na língua? Gosto da sua fase(?) realista, crua... Posso ver o sangue do lirismo escorrendo em seus versos. :D