quarta-feira, 20 de novembro de 2013

recorte

Valeriana espreita na esquina, com seu olhar suicida
quase sensual
quase sério
quase totalmente desnuda de qualquer ilusão.
O neon ofusca sua melancolia
ora verde, ora vermelho
naquela noite abafada e monótona.
No outro lado da cidade
seu amor desliza meio ébrio
meio louco
entre os coqueirais da orla suja
mas bonita e turística, altruística
na intensidade dos flashes dos carros que zunem
e zoam do silêncio quase etéreo da madrugada
Seu amor sorri para os passantes
com sua natureza habitual, banal.

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