sábado, 13 de novembro de 2010

Onde?

Minhas palavras se desfazem no ar seco dessa tarde ensolarada e quente, muito quente.
Minhas palavras dançam no ar, feito poeira, e seus sentidos já não fazem mais sentido.Tenho sentido o cheiro morno de sua ausência, mas só isso, no solstício de um ano qualquer, de mais uma série de meses enfileirados na linha tênue e dissonante de minhas memórias.

“Agora, o sol da tarde deita-se suavemente em suas varandas profundas; o incenso de Pot Pourri das pétalas caídas assombram a quietude”... Essas palavras ecoam em minha mente entorpecida pelo esquecimento, mas a paz bucólica da casa continua imutável. Então respiro o calor e expiro fumaça, anéis disformes que circundam a ausência de matéria. A ausência de Ma teria sido a última de suas inquietações, ou suas inquietações teriam sido a última de suas ausências. Não importa. O ar continuava morno.

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